Ailton Ribeiro - Entrevista Texto: Cícero Mendes
Ingresso na antiga Escola Técnica Federal de Sergipe em 1972 no curso de edificações, Ailton Ribeiro tem uma relação de quase 40 anos com a instituição, que passou a ser Instituto Federal de Sergipe (IFS). Formado em administração de empresas, com mestrado em gestão ambiental, Ailton Ribeiro é um dos três candidatos que disputam, na próxima terça-feira (4), o cargo de reitor. Tendo exercido vários cargos de direção pedagógica e administrativa na instituição, Ailton afirma que se sente preparado para conduzir os destinos do IFS pelos próximos 4 anos. “Acredito que chegou a hora de prestarmos um serviço de qualidade à nossa comunidade interna e apresentar para a sociedade um aluno com qualidade de ensino e respeito a esta mesma sociedade, principalmente com ética profissional”, pontua. Em entrevista ao JORNAL DA CIDADE, professor Ailton fala também sobre os problemas envolvendo a construção dos campi do IFS em Nossa Senhora da Glória, Estância e Itabaiana, e quais providências tomará caso seja eleito.
JORNAL DA CIDADE – Por que ser candidato a reitor do Instituto Federal de Sergipe?
Ailton Ribeiro – Principalmente por não se tratar de um projeto pessoal, mas pautado num grande anseio da comunidade escolar, formada pelos professores, estudantes e técnicos administrativos, que clamam por um novo instituto, uma nova forma de fazer gestão e de exercer a liderança dentro do instituto. Trata-se de um projeto construído de forma coletiva e com a participação da comunidade.
JC – E o senhor se sente preparado para comandar o IFS?
AR – Com certeza. São 38 anos dedicados à instituição e hoje nos sentimos preparados para enfrentar todos os seus desafios. Acredito que chegou a hora de prestarmos um serviço de qualidade a nossa comunidade interna e apresentar para a sociedade um aluno com qualidade de ensino e respeito a esta mesma sociedade, principalmente com ética profissional.
JC – Nos últimos anos, é visível constatar que o IFS não se expandiu como deveria, inclusive hoje enfrenta problemas de atrasos na construção de três campi no interior. Por que isso aconteceu?
AR – Com a criação do IFS, essa grande rede de inclusão social, o governo federal implementou recursos e condições para poder alavancar o nosso instituto. Porém, a gestão passada, por falta de planejamento, de projeto e de condições internas e externas de administrar, vem ocasionando prejuízos financeiros e econômicos à instituição, inclusive já mostrado pela imprensa. Inicialmente, caso sejamos eleitos, iremos fazer um diagnóstico, saber realmente o que aconteceu e ver a real situação dessas escolas. No entanto, posso adiantar que não houve problemas em relação ao repasse de recursos, uma vez que mais de 80 campi foram construídos em vários estados do país, com exceção de Sergipe. Para se ter uma ideia, a de Estância já deveria ter sido concluída em 2008. Por isso iremos rever todo esse procedimento.
w JC – Qual sua principal proposta em relação aos alunos?
AR – Somos egressos da antiga Escola Técnica Federal de Sergipe e, apesar das constantes crises econômicas e de não termos o mesmo status e nem a força que possuímos hoje, naquela época nós tínhamos atividades de laboratório, visitas técnicas, refeitório, atividades extra-classe, como bandas, coral, esporte, cultura de uma maneira geral. Infelizmente, na atual gestão, que nós chamamos de administração do acabou, acabaram-se o coral, a banda, o desfile de 7 de Setembro, a formatura dos alunos. Já a promessa de reativar o refeitório não foi cumprida. Por isso, um dos grandes objetivos nosso é reativar as ações que tínhamos aqui na escola, incluindo o refeitório, uma vez que temos muitos alunos do interior, que passam o dia todo na escola, e não têm como se alimentar. O refeitório é ponto fundamental do nosso projeto, até porque foi construído na época em que eu era o diretor administrativo da instituição. É com grande pesar que a gente vê o refeitório fechado, como também o ginásio de esporte, cuja reforma se arrasta há quatro anos. Nesse período, se constrói uma cidade, imagine uma reforma de um ginásio.
JC – E em relação aos servidores, qual sua proposta?
AR – Garantir direitos que foram retirados. Vamos implementar o decreto do governo federal que determina, desde o ano passado, o cumprimento pelas repartições públicas federais de exames periódicos para todos os servidores. Professor Ailton ainda pode pagar um plano de saúde, mas muitos servidores não dispõem de recursos para ter o seu plano, por isso é de fundamental importância a implementação desse decreto. Outra questão séria com relação aos servidores é a pós-graduação. Nossos professores, para fazer mestrado, doutorado, têm que arcar do próprio bolso a manutenção do curso, simplesmente por falta de planejamento e de solicitação ao MEC para poder custear o curso dos professores. Estamos criando também bolsas de incentivo ao estudo dos servidores. Temos funcionários que precisam fazer o curso fundamental, médio e de graduação, que precisam e vão ter o nosso incentivo através de bolsas com a busca de recursos junto ao governo federal. Vamos também fazer um planejamento para ampliar a quantidade expressiva de mestres e doutores no instituto, porque são através de projetos científicos que a gente obtém recursos para a instituição.
* Íntegra:
http://jornaldacidade.net/2008/noticia.php?id=63368