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23 de fevereiro de 2012

SIMPÓSIO DE RADIODIFUSÃO COMUNITÁRIA

Em virtude do atual contexto do sistema de comunicação brasileiro apresentar uma forte concentração como sua principal característica, a Associação Brasileira Radiodifusão Comunitária de Sergipe (Abraço/Sergipe) entende que é fundamental instigar a sociedade no sentido de discutir a prática e o conceito de Direito Humano à Comunicação, buscando promover o senso crítico e a formação de sujeitos ativos que através do acesso às mídias possam efetivar sua participação e intervenção social. 
A Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária de Sergipe – Abraço/SE convida todas as rádios comunitárias do Estado de Sergipe e todas as pessoas e entidades convictas da necessidade de se promover a democratização das comunicações no Brasil, para participar do SIMPÓSIO que acontecerá por todo o dia 10 de março de 2012 no horário das 08 às 11:30 e das 14:00 às 17:00 na sede do Sindicato dos Radialistas de Sergipe, situado na Av. João Ribeiro, 973 - Bairro Santo Antônio, cujo tema será a radiodifusão comunitária: um direito humano. 
A partir do dia 24 de fevereiro divulgaremos a programação do evento. A inscrição só poderá ser efetuada  via internet entre 10 horas do dia 19 de fevereiro de 2012 e 23 horas e 59 minutos do dia 5 de março de 2012 (observado o horário oficial de Aracaju/SE). Cada entidade poderá inscrever um número máximo de 3 participantes. Vagas limitadas.

26 de janeiro de 2012

Brasil pretende contestar na ONU poder de EUA regular internet


Brasil pretende contestar na ONU poder de EUA regular internet
No Fórum Social Temático, ministra dos Direitos Humanos contesta poder americano para regular internet, iniciativa que teria impacto mundial. Para ONU, acesso à rede é direito humano básico, e por isso Maria do Rosário diz que Brasil quer discutir tema em fórum global. Debate enfatiza capacidade de mobilização da internet, mas vê risco em dependência de plataformas privadas.
André Barrocal
Porto Alegre – O Brasil não concorda com a possibilidade de os Estados Unidos adotarem leis de controle da internet, porque a Organização das Nações Unidas (ONU) classificou o acesso à rede como direito humano básico. Uma eventual regulação norte-americana teria impactos globais, pois uma série de plataformas e sites é daquele país, portanto, o assunto deve ser discutido em fóruns internacionais.
Segundo a ministra-chefe da Secretaria dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, o Brasil quer levantar esta questão no Conselho de Direitos Humanos da ONU. Essa será uma das missões do candidato brasileiro a uma vaga no Conselho, caso seja eleito, disse a ministra nesta quarta-feira (25), em debate no Fórum Social Temático.
“Por que há ainda um poder tão grande dos Estados Unidos de agir na internet?”, questionou Maria do Rosário. Para a ministra, “não é adequado” que a institucionalidade norte-americana fique livre para, sem nenhum tipo de constrangimento internacional, praticar “violação” dos direitos humanos, impondo à rede o que ela chamou de “mordaça”.
Nos últimos dias, o Congresso dos EUA esteve prestes a aprovar uma lei que proíbe compartilhamento de conteúdo, batizada de Sopa (sigla que faz referência à “pirataria online”).
Mas não é só nos EUA que existe essa ameaça à rede, o que também justifica a preocupação brasileira de levar o tema para um espaço global. Dias atrás, a Justiça da Nova Zelândia decretou a prisão – que foi executada – do dono do megaupload, um dos mais populares sistemas de compartilhamento de conteúdo. O site também foi tirado do ar.
"O compartilhamento é uma agenda com um enorme poder transformador", disse no mesmo debate o chefe do Gabinete Digital do governo do Rio Grande do Sul, Vinicius Vu, cujo trabalho principal é pensar como a administração pode ser abrir à influência popular. "A democracia do século 21 será a do compartilhamento."
No mesmo debate, o advogado espanhol Javier de La Cueva, que participou via internet, a partir da Espanha, apontou o uso de plataformas privadas, sujeitas portanto a humores e lógicas empresariais, como uma ameaça à militância política proporcionada pelo compartilhamento de informações pela internet.
Para o advogado, especialista em direito digital, os ativistas deveriam buscar saídas públicas para não depender de redes como Facebook e Twitter, por exemplo.
A ausência das duas redes talvez não tivesse permitido, por exemplo, a explosão dos movimentos da Primavera Árabe, que começam a completar um ano. “O Facebook e o Twitter serviram para convocar manifestações lá”, disse a jornalista espanhola Olga Rodrigues, especializada em Oriente Médio e que também participou do debate no Fórum por meio da internet.
Para o ex-ministro da Cultura Gilberto Gil, a internet está produzindo um verdadeiro “choque de civilizações”. “Assim como a Primavera Árabe não é só Árabe, a internet, apesar de setores reacionários do Congresso americano, não é só ocidental”, disse.

30 de setembro de 2011

Capacitação profissional para Radialistas Comunitários

ABRAÇO SERGIPE APOIA: capacitação profissional para radialistas comunitários
Brasília - Uma iniciativa do Ministério das Comunicações, em conjunto com entidades públicas de comunicação, entre elas a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), e com a Associação das Rádios Públicas do Brasil (Arpub), permitirá que comunicadores de rádios públicas e comunitárias recebam capacitação profissional. As primeiras entidades a aderir à iniciativa foram, além da Empresa Brasileira de Comunicação foi o Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (Irdeb), as fundações Aperipê de Sergipe; de Telecomunicações do Pará (Funtelpa); Cultural Piratini, do Rio Grande do Sul e a Universidade Federal de São Carlos (Ufscar).
Os acordos de cooperação foram assinados dia (26) pelo ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, pela presidenta da EBC, jornalista Tereza Cruvinel, e pelo presidente da Arpub, Mario Sartorello, no Espaço Cultural da EBC, em Brasília. Esta foi a primeira vez que Bernardo visitou as novas instalações da empresa, que administra oito rádios públicas, a TV Brasil e a Agência Brasil.
O ministro destacou que a iniciativa permitirá que a experiência acumulada pelos profissionais dos veículos públicos “bem estruturados e com boas condições de funcionamento” ajudem as rádios comunitárias, “que têm carências que todos conhecemos”.
De acordo com o ministro, a presidenta Dilma Rousseff cobrou medidas para reforçar a atenção do governo federal às rádios comunitárias. Segundo ele, o ministério já lançou um plano de outorgas que deverá habilitar 500 novas rádios comunitárias até o fim do ano.
Ainda segundo o ministro, outro projeto prioritário do governo federal é fortalecer a EBC. “Ouvimos [da presidenta Dilma] uma orientação clara para fortalecermos a EBC, melhorando suas condições de funcionamento e aumentando sua abrangência territorial. Isso é um projeto prioritário do governo.”

Comunicação pública
A presidenta da EBC disse que a adesão à iniciativa simboliza o compromisso com a comunicação pública. Segundo Tereza Cruvinel, a comunicação pública envolve um vasto conjunto que “tem feito com que hoje comece a haver equilíbrio entre o que é estatal, o que é público e o que é privado, cumprindo o que prevê a Constituição Federal”, ou seja, a complementaridade entre os três sistemas de comunicação.
A capacitação dos comunicadores públicos e comunitários, acrescentou o presidente da Arpub, Mário Sartorello, é fundamental para que “possamos prosseguir com o processo de democratização da comunicação no país”.
A parceria prevê, conforme a minuta do acordo assinado com a Arpub, que o ministério ficará encarregado de desenvolver, elaborar e dar apoio técnico aos cursos de capacitação, acompanhando e avaliando os resultados. Além disso, organizará as inscrições dos interessados em participar dos eventos de capacitação, entre outras providências.
As rádios do sistema EBC promoverão oficinas de qualificação no Rio de Janeiro e em Brasília nas áreas de gestão, produção de conteúdo e tecnologia, informou o superintendente de Rádio da Empresa Brasil de Comunicação, Orlando Guilhon.
A Arpub ficará responsável por mobilizar as rádios públicas para aderir à iniciativa e formular os eventos de capacitação em conjunto com o ministério e com as emissoras públicas. As ações de qualificação profissional devem estar voltadas prioritariamente à diversidade cultural e à democracia.

11 de abril de 2011

Dilma manda aumentar velocidade da banda larga

Dilma manda aumentar velocidade da banda larga
A presidente Dilma Rousseff alterou o PNBL (Plano Nacional de Banda Larga). Em vez de conexões de até 600 Kbps (kilobits por segundo), ela exige 1 Mbps (megabit por segundo) pelo mesmo preço, R$ 35, informa reportagem de Valdo Cruz e Julio Wiziack para a Folhaíntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal).
Nos Estados que concederem isenção de ICMS nos pacotes vinculados ao PNBL, o preço será R$ 29,80.
A nova orientação foi dada ao ministro Paulo Bernardo (Comunicações) na semana passada. Segundo a Folha apurou, Dilma exigiu a mudança, afirmando que o plano original está atrasado em relação ao mundo.
Dilma acrescentou que as operadoras terão de se adaptar à sua demanda e investir, em vez de ficar pedindo dinheiro ao governo. Avisadas, as teles já devem começar a negociar o novo PNBL com o governo nesta semana.

18 de fevereiro de 2011

Reality shows atentam contra a dignidade humana, diz CNBB

Reality shows atentam contra a dignidade humana, diz CNBB
O Episcopado brasileiro declarou nesta quinta-feira que os reality shows "atentam contra a dignidade da pessoa humana, tanto de seus participantes" e pediu um "esforço comum contra a agressão impune aos valores morais" que, segundo sua opinião, são abordados nos populares programas de televisão.
A crítica foi anunciada em uma nota divulgada pela Confederação Nacional de Bispos do Brasil (CNBB), na qual se refere ao "baixo nível moral que se verifica em alguns programas das emissoras de televisão".
A nota assinala que tais programas "têm o lucro como seu principal objetivo" e "atentam contra a dignidade da pessoa humana, tanto de seus participantes, fascinados por um prêmio em dinheiro ou por fugaz celebridade, quanto do público receptor que é a família brasileira".
Perante a "gravidade do problema" o Episcopado pede "uma reflexão profunda das emissoras de televisão e uma maior atenção às autoridades, assim como responsabilidade às famílias e também aos patrocinadores" desses programas, ao afirmar que geram um "processo de degradação de a sociedade".

15 de fevereiro de 2011

TCU derruba investida do PSDB para barrar Banda Larga

O Tribunal de Contas da união (TCU) julgou improcedente a investida do PSDB para barrar o projeto de universalização da banda larga, uma das prioridades do Governo Federal para este ano.
Ano passado, durante a disputa presidencial, o deputado tucano Arnaldo Faria de Sá entrou com representação contra possíveis irregularidades na contratação de produtos e serviços, feita pela Telebrás, para atender ao Plano Nacional de Banda Larga (PNBL).
Entre as alegações do autor estaria um possível desrespeito ao Regulamento Conjunto para Compartilhamento de Infraestrutura entre os Setores de Energia Elétrica, Telecomunicações e Petróleo. Aprovado pela Resolução Conjunta nº 01/1999, da Anatel, Aneel e ANP, este regulamento exige publicidade prévia das empresas detentoras da infraestrutura, aos demais interessados para disponibilizá-la a um determinado agente.
Com base nisto, o Sá pediu a suspensão dos pregões realizados pela Telebrás e a suspensão da cessão, por parte da Eletrobras e da Petrobras, da infraestrutura de cabos e fibras ópticas à Telebrás.
Acordo
Enquanto a oposição tenta barrar o projeto de universalização da internet, o presidente da Telebrás, Rogério Santana, negocia com o Governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, o compartilhamento das redes de fibras óticas da Companhia de Energia Elétrica do Rio Grande do Sul (CEE). “A intenção é buscar sinergias que podem interligar a rede de cabos com a infraestrutura de países vizinhos”, comentou uma fonte próxima à discussão.

22 de dezembro de 2009

Le Monde Diplomatique: o embate entre governo Lula e rede Globo

O embate entre governo Lula e rede Globo

"Por que Lula ganhou duas vezes as eleições (2002 e 2006), uma delas contra a manifesta vontade da Globo? Por que Lula tem uma popularidade de 80%?", Veja as respostas para estas e outras perguntas neste artigo interessante.
No início da década de 1980, centenas de milhares de brasileiros cantaram em coro "O povo não é bobo, abaixo a rede Globo!", quando a corporação na qual se apoiou a ditadura militar censurou as mobilizações populares contra o regime militar, utilizando fotonovelas e futebol para tentar anestesiar a opinião pública. Hoje, um segmento crescente do público brasileiro expressa seu descontentamento frente o grupo midiático hegemônico.
Leia matéria na íntegra

28 de setembro de 2009

Maioria dos pais não sabe o que os filhos fazem online


Jovens publicam imagens e informações íntimas sem ter noção dos riscos que estão correndo.

É alarmante o resultado de uma pesquisa encomendada pelo Common Sense Media sobre o uso da internet por crianças e jovens e a percepção que os pais têm sobre a vida online de seus filhos.
A pesquisa mostrou que poucos pais sabem o que os seus filhos fazem enquanto estão conectados. Muitos ignoram que a vida online das crianças pode trazer problemas reais. Segundo a pesquisa, 13% dos jovens entrevistados admitiram ter publicado fotos ou vídeos com imagens de nus, de si mesmo ou de outras pessoas. Mas apenas 2% dos pais entrevistados têm consciência disso.
Ainda de acordo com a pesquisa, 18% dos jovens admitiram ter se passado por adultos durante conversas em salas de bate-papo, 28% dizem ter compartilhado informações que não divulgariam em público e 37% dos pesquisados disseram que já “tiraram sarro” ou ameaçaram amigos da escola, ato conhecido como “cyber bullying“. Do lado dos pais, apenas 8% disseram ter consciência de que seus filhos se passavam por adultos em chats, 16% falaram que sabiam que os filhos divulgavam informações privadas na internet e 18% disseram ter conhecimento sobre os ataques contra colegas de escola.
Os resultados mostram uma preocupante ruptura entre pais e filhos quando o assunto é a vida digital. A geração que hoje tem 13 ou 14 anos já cresceu conectada e, para eles, a fronteira entre a “vida real” e a “vida online” é muito turva. A sensação é de que as ações na internet não terão consequências fora dela. Os pais, por outro lado, vêm de uma geração que ainda não entende completamente o poder da internet e o quanto seus filhos podem se expor no mundo online.
E como solucionar este problema sem “liberar geral” e sem invadir a privacidade dos jovens? Hoje em dia a internet é uma necessidade e a proibição está fora de questão. O melhor mesmo é conversar e mostrar que nem tudo na web é seguro e nem todo mundo é quem diz ser. Deixar o computador de casa em algum lugar de passagem, como sala ou escritório, e não no quarto do filho, onde ele pode se trancar, também é uma boa ideia.
A pesquisa foi feita nos Estados Unidos com 2.015 jovens e pais de jovens de 13 a 18 anos entre maio e junho deste ano.

10 de setembro de 2009

América Latina deve seguir modelo de TV digital adotado pelo Brasil

TV digital - AL seguirá modelo do Brasil

O Brasil quer implantar um sistema único de televisão digital na América do Sul. De acordo com o ministro das comunicações, Hélio Costa, o governo brasileiro está negociando com os países do Cone Sul a adoção do padrão da TV digital nipo-brasileiro, “o mais moderno do mundo”, na sua avaliação.

Hélio Costa lembrou, durante o programa Bom Dia, Ministro, que até o momento, o sistema conta com a adesão da Argentina, que assinou o convênio no último dia 28 de agosto e do Peru, incluído em abril.

No entanto, o ministro espera que Chile, Equador, Venezuela e Cuba também adotem o padrão escolhido pelo Brasil. Segundo o ministro, o sistema único trará a integração da região e permitirá transferência de tecnologia entre os países.

– Com um sistema Sul-Americano de televisão digital será facilitado o intercâmbio técnico, cientifico, de inovação tecnológica e, sobretudo, o intercâmbio de conteúdo. Vai ficar muito mais fácil produzir no Brasil e exibir na Argentina e vice-versa –, disse.

Além disso, o parque industrial dos países da América Latina será fortalecido. Segundo Hélio Costa, com o sistema único os países latino americanos deixarão de apenas importar televisores e começarão a produzi-los.

– Nós vamos trazer para o Cone Sul o processo industrial. Hoje o abastecimento de televisores modernos vem todo da Asia. Na medida em que temos um sistema único, podemos produzir esses aparelhos.

No Brasil, a TV digital está presente em 65% do território nacional e, até o fim do ano, o governo espera alcançar todas as grandes cidades brasileiras. Até agora, 18 capitais têm cobertura digital. No entanto, a expectativa é encerrar 2009 levando o novo modelo de transmissão a 32 capitais.

O ministro informou ainda que em 2016 o sistema analógico de televisão será completamente desligado. O acesso a TV digital é possível com a aquisição de um conversor que custa de R$180 a R$ 200. A partir do próximo ano, todos os televisores produzidos no Brasil com mais de 32 polegadas virão com o conversor embutido.
Fonte: www.correiodobrasil.com.br

27 de julho de 2009

''A ficha está caindo'' - Meios de Comunicação

Um dos maiores obstáculos - talvez o maior - à democratização das comunicações no Brasil tem sido a dificuldade histórica de grande parte da população em compreender a mídia como um poder e a comunicação como um direito. Estão aí incluídos amplos setores da sociedade civil organizada, inclusive, partidos políticos e organizações sindicais.
Enquanto as velhas oligarquias políticas e os grupos empresariais dominantes se tornaram os controladores das concessões públicas de radiodifusão e usaram este poder na articulação e defesa de seus interesses, a comunicação sindical, por exemplo, se consumia em disputas internas e ignorava o enorme potencial estratégico de construção unificada de uma mídia alternativa que buscasse romper a assimetria antidemocrática que historicamente tem constituído nosso espaço público.
Retomo essa obviedade para constatar que uma série de fatores está provocando a mudança dessa realidade em nosso país.
Fatores de mudança
Pelo menos três fatores, dois estruturais e um conjuntural, merecem ser lembrados. O primeiro, certamente, é o crescimento - incontrolável, surpreendente e contraditório - da inclusão digital. Os dados do último relatório anual do Comitê Gestor da Internet, divulgado no final do mês de maio, revelam que cerca de 60 milhões de brasileiros, vale dizer, um terço de nossa população, já acessam a internet. E mais: o perfil predominante deste usuário se desloca das classes A e B para as classes C e D, isto é, para domicílios com renda entre três e cinco salários mínimos. Esse imenso contingente bate recordes mundiais mensais de tempo de navegação e de participação em redes sociais virtuais.
Um segundo fator é o sucesso da imprensa ''popular'' e regional. Ao contrário da grande mídia impressa tradicional, ela dá sinais impressionantes de vitalidade que, inclusive, justificam a importante reorientação na aplicação das verbas de publicidade oficial que vem sendo executada pela Secom e que tanto tem irritado os velhos ''donos da mídia''.
O terceiro fator é a realização da 1ª Confecom (Conferência Nacional de Comunicação), em dezembro próximo. Mesmo que ela venha a ocorrer sob o domínio dos velhos e ainda poderosos atores dominantes no setor de radiodifusão e de seus aliados no Congresso Nacional e no próprio governo, sua convocação tornou obrigatório o debate sobre a mídia e a importância estratégica da comunicação.
Ressonância na sociedade civil

Esses fatores têm provocado uma ressonância importante na sociedade civil. Depois de muitos anos, o campo sindical se deu conta de seu potencial comunicativo e iniciativas como a Rede Brasil Atual - uma revista, um portal de notícias e um programa de rádio - já são realidade. Portais alternativos de informação e análise se firmam no já concorrido ciberespaço. Um bom exemplo é o Portal Vermelho que bate sucessivos recordes de acesso. Várias outras iniciativas locais e regionais desse tipo estão em andamento.
''Pipocam'' debates sobre a mídia e seu papel por todo país. Partidos políticos, importantes setores sindicais e as mais diversas entidades da sociedade civil organizada se preparam para participar - direta ou indiretamente - da 1ª Confecom. A polarização de interesses que já se revela claramente nas reuniões de sua Comissão Organizadora tem sido objeto de discussão em vários encontros e seminários.
Mídia como poder e comunicação como direito
Tudo isso significa que finalmente a comunicação está se transformando em objeto de discussão, isto é, está entrando na agenda pública, algo que a grande mídia sempre tentou boicotar em nosso país. Como poder singular que é, a mídia - e todos os outros poderes na democracia - precisa e deve ser regulada e estar sujeita à fiscalização em nome do interesse público. É assim que funciona nas principais democracias do planeta e é assim que deve funcionar aqui também. E isso, não há dúvida, só será possível quando a maioria da sociedade compreender a mídia como um poder e a comunicação como um direito.
* Artigo do professor Venício Lima sobre a democratização da comunicação, pesquisador sênior do Núcleo de Estudos sobre Mídia e Política da Universidade de Brasília e autor/organizador de ''A mídia nas eleições de 2006'' Editora Fundação Perseu Abramo - 2007. Publicado originalmente no Observatório da Imprensa