29 de dezembro de 2014

Cuba e EUA: o início do fim do bloqueio


O papa Francisco, ao comemorar 78 anos, deu um inestimável presente ao Continente americano: o início do fim do bloqueio dos EUA a Cuba e o reatamento das relações diplomáticas entre os dois países.

Este foi o tema que Francisco priorizou com Obama no encontro que mantiveram, em Roma, em março deste ano. Um ano antes, ao assumir o pontificado, Francisco se inteirou da questão ao receber Diaz-Canel, primeiro vice-presidente do Conselho de Estado de Cuba.

Obama admitiu que “o isolamento não funcionou.” De fato, o bloqueio imposto a Cuba, ao arrepio de todas as leis internacionais, não conseguiu nem mesmo fragilizar a autodeterminação cubana após a queda do Muro de Berlim.

Fidel, aos 88 anos, sobrevive a oito presidentes dos EUA, dos quais enterrou quatro. E a mais de 20 diretores da CIA.

Os EUA são lerdos para admitir que o mundo não é fruto de seus caprichos. Por isso, demorou 16 anos para reconhecer a União Soviética; 20, para o Vietnã; e 30, para a República Popular da China. E foram precisos 53 anos para aceitar que Cuba tem direito à sua autodeterminação, como já sinalizara a Assembleia Geral da ONU.

De fato, EUA e Cuba jamais romperam o diálogo. Em Washington funcionou, ao longo de cinco décadas, a legação cubana, assim como, em Havana, o prédio da legação usamericana ergue-se majestoso no Malecón.

A notícia dessa reaproximação marca o fim definitivo da Guerra Fria em nosso Continente. E Cuba sai no lucro, pois oferece uma infraestrutura turística sadia, despoluída e isenta de violência a 1 milhão de canadenses que, no inverno, com três horas de voo, trocam 20 graus negativos por 30 positivos do mar do Caribe.

Com a abertura do mercado cubano a investimentos estrangeiros, os EUA, que raciocinam em cifrões, não querem ficar atrás da União Europeia, do Canadá, do México, do Brasil e da Colômbia, que selam importantes parcerias com a Ilha revolucionária. “Em vez de isolar Cuba, estamos isolando somente o nosso país, com políticas ultrapassadas”, disseram em carta a Obama os parlamentares estadunidenses Patrick Leahy (democrata) e Jeff Flake (republicano) ao retornarem de Havana.

Em troca de Alan Gross, agente da CIA detido em Cuba por ações terroristas, Obama liberou, ontem, três dos cinco cubanos presos nos EUA, desde setembro de 1998, acusados de terrorismo (dois já tinham sido soltos).

Na verdade, tratavam de evitar, na Flórida, iniciativas terroristas de grupos anticastristas. E foram usados como bucha de canhão pelo FBI e por grupos de direita para impedir, na época, a reaproximação entre EUA e Cuba.

O tribunal de Atlanta havia admitido, por unanimidade, que as sentenças aplicadas a três dos cinco cubanos (Hernández, Labañino e Guerrero, libertados ontem) careciam de fundamento jurídico: não houve transmissão de informação militar secreta, nem puseram em risco a segurança dos EUA.

Como me disse a presidente Dilma em encontro a 26 de novembro, Francisco é, sem dúvida, o grande líder mundial nesse mundo carente de figuras confiáveis e respeitáveis.

Frei Betto, escritor, atuou nas relações Igreja-Estado em Cuba nas décadas de 1980-1990, e é autor de “Fidel e a Religião”, entre outros livros.

12 de dezembro de 2014

IFS seleciona nove vagas para bolsistas em Música e Teatro até dia 17dez

O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe (IFS), através da Pró-Reitoria de Pesquisa e Extensão (Propex), seleciona nove vagas para cadastro reserva de bolsas para graduandos nas áreas de Música e Teatro. As inscrições serão realizadas na Propex/Reitoria e na recepção do Convênio IFS-Petrobras (Campus Aracaju) até dia 17 de dezembro.
Os selecionados poderão atuar como bolsistas dos Cursos Livres de Violão, Canto e Teatro, integrantes do Programa de Cultura e Arte do IFS, supervisionado pelo Departamento de Relações Institucionais. Os candidatos serão selecionados por meio de entrevista e análise curricular, com exigência de estar no mínimo no 6º período do curso e o resultado final será divulgado dia 20 de dezembro.
Em Aracaju, foi contemplada uma vaga para Música/Violão e uma para Teatro; em São Cristóvão, uma para Música/Canto Coral e uma para Teatro; em Lagarto, uma para Múscia/Violão e uma para Teatro; em Estância, uma de Música/Canto Coral; em Itabaiana, uma para Teatro; e em Nossa Senhora da Glória, uma para Música/Violão.

Para mais informações, confira o edital ou entre em contato pelo (79)3711-3185 ou 3108, ou ainda pelo e-mail extensao@ifs.edu.br.

28 de maio de 2014

BlogOtac: Os desafios para que o Brasil torne-se um país Ino...

BlogOtac: Os desafios para que o Brasil torne-se um país Ino...: O ambiente brasileiro para iniciativas inovadoras melhorou nos últimos dez anos, do ponto de vista de alguns indicadores. As empresas, po...

Os desafios para que o Brasil torne-se um país Inovador

O ambiente brasileiro para iniciativas inovadoras melhorou nos últimos dez anos, do ponto de vista de alguns indicadores. As empresas, por exemplo, têm nas universidades e institutos de pesquisas parceiros importantes para a implementação de novos projetos.
Em São Paulo, cerca de 6% dos recursos que as três universidades públicas estaduais - Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Universidade de São Paulo (USP) - dedicam à pesquisa têm origem em contratos com o setor privado.
Nos Estados Unidos, a média de participação de recursos de empresas no total de investimentos em pesquisa de grandes universidades é de exatos 6%.
Comparadas com as universidades dos EUA, as três universidades paulistas estariam entre as 20 que mais recursos recebem de empresas para apoio à pesquisa. Os gastos públicos e privados com pesquisa e desenvolvimento (P&D) em São Paulo somam, atualmente, 1,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, percentual superior ao de Espanha, Itália ou Chile.

Ideias patenteáveis
Apesar dos avanços, o desempenho inovador das empresas brasileiras ainda é baixo, com taxa de inovação de 35,7% - de acordo com a Pesquisa de Inovação (Pintec) 2011 -, percentual que, por fatores conjunturais, foi até inferior aos resultados da Pintec 2008, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrou taxa de inovação de 38%.
Um grande desafio é a criação de ideias patenteáveis nas empresas, quesito no qual a indústria no Brasil e em São Paulo também mostra pouca competitividade. Em São Paulo, mesmo com o grande dispêndio em P&D feito por empresas, para cada mil pesquisadores empregados por empresas geram-se apenas cinco patentes registradas no país (INPI), proporção que cai para 1,9 quando se contam as patentes no United States Patent and Trademark Office (USPTO).
No Reino Unido o mesmo número de pesquisadores em empresas gera 29 patentes nacionais e 36 no USPTO; na Coreia do Sul, cada grupo de mil pesquisadores de empresas gera 333 patentes no país para seus empregadores e 41 nos Estados Unidos; enquanto na Espanha mil pesquisadores empregados por empresas criam 47 patentes no país e 7 no USPTO.

Ecossistemas de inovação
Os modelos de inovação inspiram-se, em sua grande maioria, em imagens matemáticas - modelos lineares, poligonais, de redes colaborativas e de concentrações - ou biológicas, como o da hélice tríplice, entre outros. "Em que pesem os avanços com o uso desses modelos, questiona-se a efetividade real dos mecanismos existentes e dos recursos aplicados para fazer da inovação um eixo estruturante do desenvolvimento econômico e social", afirmou Ary Plonski, da Faculdade de Economia da USP.
"Há novas ideias-força em gestação", sublinhou na palestra sobre Ecossistemas de Inovação. Uma delas é a de ecossistemas de inovação, que descreve a articulação "virtuosa" do amplo conjunto de atores e de recursos necessários para a implementação da inovação, envolvendo empreendedores, investidores, pesquisadores, universidades, investimento de riscos, assim como negócios e serviços relacionados a design, capacitação de pessoal, entre outros.
O exemplo mais conhecido de um ecossistema de inovação bem-sucedido é o Vale do Silício, na região de São Francisco, nos Estados Unidos, que reúne em uma mesma região condições para que startups e empresas de base tecnológica, fabricantes, principalmente, de circuitos eletrônicos, eletrônica e informática, cresçam com base em forte articulação, conectividade e cooperação entre atores.
A medicina também empresta modelo para a consolidação de ambientes inovadores. "A pesquisa translacional, instrumento originalmente utilizado em pesquisa médica, altera a velocidade entre a descoberta e a aplicação. Trata-se de uma forma de acelerar a eficiência de um processo, contribuindo para ampliar as experiências, a compreensão de doenças epidemiológicas e dos mecanismos básicos de doenças", disse José Eduardo Krieger, presidente da Academia de Ciências do Estado de São Paulo e pró-reitor de pesquisa da USP.
Nos últimos anos, a compreensão dos mecanismos básicos de doenças tem ganhado proeminência. Tanto que, atualmente, o medicamento mais vendido em todo o mundo está voltado ao combate do colesterol elevado - principal responsável por doenças circulatórias. "Nos últimos anos, a eficiência da pesquisa translacional cresceu e está chegando aos consumidores." Demanda, porém, um ecossistema de conhecimento.

Empreendedorismo inovador
Instituições de excelência, como o ITA, em São José dos Campos, também estão reavaliando sua estrutura de ensino para formar engenheiros e empreendedores capacitados para competir em ambiente global. "Não existe um modelo copiável", disse Carlos Américo Pacheco, reitor do ITA. Ele citou propostas alternativas como a do CDIO (Conceive/Design/Implement/Operate), concebida pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), ou a do Franklin W. Olin College of Engineering, também nos Estados Unidos, que adotam estratégias de ensino baseadas em projetos, equipe e requisitos, entre outros.

"Nosso objetivo é criar uma geração de engenheiros inovativos e empreendedores. No primeiro semestre do curso do ITA, introduzimos desafios por grupos, o que inclui projetos. O aluno tem que resolver a base científica do problema", exemplificou. Também está prevista no instituto a criação de um Centro de Inovação, de forma a permitir que a escola incorpore iniciativas empreendedoras dos alunos e promova a interface entre universidade e empresa. "Queremos despertar a paixão dos alunos por um assunto científico da engenharia e que irá definir o seu caminho."