Saiba como ocorre a transmissão do vírus, como ele surgiu e quais os cuidados a adotar.
O assunto do momento é a gripe suína. A todo o momento a TV, rádio, jornal e Internet atualizam as informações sobre a doença que surgiu no México e espalhou suspeita de vítimas mundo afora (ao todo são sete países atingidos). No Brasil, o Ministério da Saúde não registrou nenhum caso, mas vinte pessoas são monitoradas com sintomas da gripe suína.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou nesta segunda-feira, 27, alerta sobre o risco de pandemia (epidemia de grande alcance). Para falar sobre o assunto, o Portal UFS ouviu a professora Amélia Ribeiro de Jesus, do Departamento de Medicina e também pesquisadora do Serviço de Imunologia da UFBA. Veja abaixo.
1) De que forma se dá a transmissão do vírus do porco para os seres humanos?
Profa. Amélia: Pelo contato direto entre o homem e estes animais vivos. O vírus não é transmitido por ingerir carne de porco.
Os vírus que sofreram mutações passam a não mais serem reconhecidos pelo sistema imunológico do homem, fazendo com que este passe a ser susceptível ao novo vírus mutante. Por isso, a vacina da gripe deve ser administrada anualmente.
2) O que podemos fazer para evitar o contágio?
a) Evitar viagens desnecessárias aos países afetados e contato com residentes nestes países;
b) Desde quando a transmissão é por via respiratória, deve ser evitado contato com pessoas com suspeita de síndrome gripal e multidões;
c) Utilizar máscaras caso tenha que viajar, principalmente nos aeroportos, lembrando que as máscaras dão proteção parcial.
3) Como surgiu esse novo tipo de gripe?
Anualmente, os vírus da gripe (Influenza) podem se alojar em animais nos períodos frios do inverno. Estes vírus humanos podem ser fontes de genes que se recombinam com vírus destes animais, fazendo com que os vírus possam infectar o homem. Este vírus contém uma combinação de genes de três vírus diferentes e pequenas sequências de genes de outros vírus da gripe.
Quando eles surgem, podem ser mais fracos ou mais fortes de forma aleatória. Quando eles ficam mais fortes e adaptados ao homem, uma vez que estes se infectem, passam a transmitir entre eles.
4) É preciso se preocupar com o risco de uma epidemia ou pandemia, como aconteceu com a gripe aviária?
Sim. Com as aglomerações que ocorrem nas grandes cidades e a frequência aumentada de viagens internacionais, um vírus de transmissão respiratória pode se disseminar rapidamente.
No entanto, a formulação de uma vacina será mais rápida neste caso, pois já existe um método de produção de vacinas da gripe. Dentro de aproximadamente três meses pode ser produzida uma vacina, a qual poderá ser testada como profilaxia, evitando que a epidemia se alastre.
Sobre a professora
A professora Amélia Maria é bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq (nível 1C). Tem doutorado em Imunologia pela Universidade Federal da Bahia. Atualmente leciona Medicina Interna.
Sua principal área de pesquisa é Imunologia, com ênfase em Imunopatogênese e Imunogenética. Atua principalmente nos seguintes temas: resposta imune na infecção pelo S. Mansoni, resposta imune e imunogenética nas leishmanioses cutânea e mucosa e na hanseníase.
Ascom
comunica@ufs.br
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