3 de dezembro de 2009

EUA e Rússia não têm autoridade para criticar Irã, diz Lula


EUA e Rússia não têm autoridade para criticar Irã
Em Berlim (Alemanha)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu, nesta quinta-feira, que Estados Unidos e Rússia eliminem seus arsenais nucleares "para terem autoridade moral" de exigir ao Irã que não produza armas atômicas.
"A autoridade moral para pedir aos outros para não terem é a gente também não ter", disse o presidente em Berlim, durante a visita oficial que realiza à Alemanha.

"O melhor é não haver armas nucleares no Irã e em nenhum país do mundo, e que os Estados Unidos e a Rússia desativem as suas", afirmou.
Se os dois países destruírem seus arsenais nucleares, "haverá mais argumentos para convencer os outros", acrescentou.
No mesmo contexto, o presidente lembrou que o país enriqueceu urânio para produzir energia elétrica, e que quer para o Irã "o mesmo que o Brasil tem".

Em comunicado de imprensa conjunto, Lula e a chanceler alemã, Angela Merkel, manifestaram a esperança de que o Irã "responda positivamente" à oferta da comunidade internacional e pediram ao país para "cooperar inteiramente" com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e para cumprir as resoluções das Nações Unidas.
O comunicado não menciona a possibilidade de impor sanções ao regime islâmico, mas Merkel disse que a questão também está sobre a mesa, caso o Irã siga em frente com seu programa nuclear e manifeste intenção de construir uma bomba atômica.


A chanceler alemã admitiu que "há pequenas diferenças" entre Alemanha e Brasil sobre como a questão deve ser abordada, e lembrou que o Irã rejeita sistematicamente a cooperar com as autoridades internacionais.
"Também sou da opinião de que não se deve pressionar ninguém, mas já passaram mais de quatro anos de discussões com o Irã e, lamentavelmente, não há progressos", disse Merkel.

Lula, por sua vez, pediu "muita paciência", e afirmou que o Irã não deve ser tratado como "um país insignificante, aumentando cada dia a pressão sobre ele".
"Isso poderá não resultar em coisa boa", ressaltou o presidente.
http://noticias.uol.com.br/ultnot/lusa/2009/12/03/ult611u83456.jhtm

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