11 de janeiro de 2011

Exclusão bancária é maior no Norte e Nordeste, diz Ipea

Exclusão bancária é maior no Norte e Nordeste, diz Ipea
A maioria da população avalia positivamente as atividades dos bancos brasileiros, mas o sistema financeiro ainda precisa desenvolver serviços específicos para incorporar um expressivo contingente ainda sem acesso aos serviços bancários.
A conclusão faz parte de um estudo elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) para mapear a percepção dos brasileiros em relação aos bancos.
Elaborado a partir de entrevistas feitas com 2,77 mil pessoas de todas as regiões do país, o levantamento mostrou que 39,5% dos participantes não têm conta bancária. A exclusão é maior no Nordeste e no Norte, onde 52,6% e 50% dos entrevistados - respectivamente - declararam não ter conta em nenhum banco.
Apesar disso, 40,6% dos excluídos dizem que desejam abrir uma conta e 26,6% deles acreditam ter condições financeiras necessárias e atraentes para os bancos.
"É um estrato da população de baixa renda e de pouca escolaridade, mas que representa uma importante parcela e que vem sendo absorvida pelo mercado de trabalho", aponta o estudo.
Chama a atenção no levantamento a menor relevância dada pelos brasileiros ao papel das instituições financeiras na concessão de empréstimos. Apenas 4,5% dos entrevistados colocam a concessão de crédito como a principal função de um banco.
A maioria (62,1%) acredita que a principal atividade consiste em movimentar e guardar dinheiro, enquanto outros 29,5% apontaram a oferta de produtos e serviços.
Para o Ipea, a percepção pode estar ligada a lembranças inflacionárias, altas taxas de juros, burocracia processual ou modelos de negócios inadequados.
"Essas possibilidades, além de outras, separadamente ou somadas, podem estar obrigando a população, ou pelo menos parcela dela, a recorrer a outros meios de obtenção de crédito", afirma o instituto.
O levantamento ainda revela que, na maioria dos casos, as empresas são decisivas na abertura de contas. Entre os participantes com conta, a maior parte (35,3%) teve o banco escolhido pela empresa em que trabalha.
Outros 17,5% escolheram o banco pelo fato de a família ter sempre trabalhado com a instituição financeira. Outros 17,2% apontaram a confiança no banco como motivo para a escolha. Apenas 2,5% justificaram a escolha por falta de opções.
Conforme o estudo, 78,2% dos entrevistados com acesso aos bancos disseram estar satisfeitos ou muito satisfeitos com a segurança na realização de operações em agências. No entanto, é expressivo o número de pessoas insatisfeitas ou muito insatisfeitas com o horário de atendimento dos bancos: 23,2% do total.

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