3 de setembro de 2012

SAÚDE EM ARACAJU: CANDIDATOS RESPONDEM 10 PERGUNTAS

ELEIÇÕES 2012
SAÚDE EM ARACAJU: CANDIDATOS RESPONDEM 10 PERGUNTAS
O tema desta semana com os candidatos a prefeito de Aracaju é a área da saúde. Os candidatos Almeida Lima (PPS) e João Alves (DEM) não enviaram as respostas. Detalhe: as perguntas estão sendo enviadas com sete dias de antecedência. Confira as respostas de Reynaldo Nunes (PV), Valadares Filho (PSB) e Vera Lúcia (PSTU):
1 - Como pretende eliminar ou ao menos diminuir as filas de atendimentos nos hospitais e postos de saúde da capital?
Reynaldo Nunes (PV) - Aumentando o número de profissionais de saúde através de concurso público e pelo sistema de agendamento, via internet para consultas eletivas, separando vagas para os atendimentos de urgência e emergências. Para diminuir filas na Rede Hospitalar faz-se necessário o fortalecimento das Unidades de Saúde Básica, que são responsáveis pelo "primeiro atendimento", nos casos de baixa complexidade. Nossa ação inclui analisar a rede Hospitalar, com aproveitamento melhor da já existente e seu crescimento fora do centro da cidade, nos casos de média e alta complexidade. Vamos garantir atendimento e equipamentos de qualidade nos bairros, acabar com as superlotações e proteger a dignidade da população.
Valadares Filho (PSB) - Vamos realizar mais concursos para profissionais na área da saúde. É uma área que tem problemas não apenas em Aracaju, mas em todo país, não só na rede pública, mas na rede privada também. Vamos desenvolver ações através de um diálogo constante com todos os setores envolvidos. Além das ações estruturantes, vamos conversar com  as todas categorias para valorizar cada vez mais os profissionais da área.
Vera Lúcia(PSTU) - Simples: contratando mais médicos, enfermeiros, técnicos, assistentes sociais, aumentando os salários, construindo novas unidades de saúde. Enfim, vamos ampliar a rede de atendimento à população. Isso deve ser feito urgentemente porque não podemos achar normal que pessoas morram sem atendimento. Tem candidato dizendo por aí que pra solucionar o problema da fila, vai a transferir pra internet. Fila física ou virtual continua sendo fila.
2 - Pretende ampliar a rede de atendimento de saúde? Como será a regulação e a distribuição do sistema?
Reynaldo Nunes (PV) - Sim. Com a construção de um Hospital Municipal completo, em equipamento e recurso humano qualificado, técnico e concursado, que atenda todas as especialidades, principalmente a Traumatologia e a Pediatria,  áreas tão carentes em Aracaju e que levam à superlotação da rede hospitalar já existente, principalmente o HUSE. Reestruturaremos as Unidades de Saúde Básicas já existentes, construiremos novas clínicas  para a Saúde da Família e Centros de  Especialidades.  A regulação será feita de acordo com as normas já previstas em lei pelo Ministério da Saúde.  Serão identificadas as necessidades  de cada componente do sistema para a distribuição equitativa.
Valadares Filho (PSB) – Vamos construir e implantar um laboratório próprio da Prefeitura para trabalhar com as terceirizadas e com isso agilizar o tempo de entrega dos exames. Vamos implantar o projeto Saúde Digital para fortalecer o sistema e ampliar a  cobertura do Sistema Único para 100%. Uma equipe está estudando todas as unidades existentes e a necessidade de ampliação onde a demanda é grande, a exemplo do conjunto Augusto Franco e outro bairros.
Vera Lúcia (PSTU) - A ampliação da rede é o centro do nosso programa. Isso significa aumentar a sua complexidade no sentido de melhorar a sua capilaridade e também fortalecer o atendimento a grupos que precisam de atenção especial. Estou falando das mulheres, da população negra, dos homossexuais, dos idosos e das crianças. Trabalharemos de forma a ajudar no fortalecimento do SUS. Queremos também o profissional da saúde integrado à comunidade. Não é admissível que o morador do Santos Dummont tenha que atravessar a cidade para levar seu filho doente para o Augusto Franco. Saúde de boa qualidade e perto de casa. Esse é um direito do trabalhador Aracajuano.
3 - Pretende criar ou participar de consórcios públicos de saúde?
Reynaldo Nunes (PV) - Certamente. Quanto mais parcerias, melhor. Vamos fortalecer os consórcios já existentes com o Estado,  intermunicipais e com a iniciativa privada. Temos  a obrigação, enquanto gestores públicos, de utilizarmos todos os meios legais para oferecer um sistema de saúde digno à população aracajuana.
Valadares Filho (PSB) -  É uma alternativa que iremos estudar. Se detectarmos que poderá ajudar a fortalecer os sistema de saúde em Aracaju poderemos participar efetivamente.
Vera Lúcia (PSTU) - Não. A Lei Federal 11.107/2005 é clara: o consórcio público constitui uma entidade de direito privado. O nosso programa vai no sentido oposto. Vamos desprivatizar a saúde pública. O município hoje já gasta grande parte de seus recursos na rede privada através dos convênios. Nenhum centavo público deve ir para a rede privada. Na rede pública estadual, temos as fundações como bom exemplo da natureza de entidade de direito privado na saúde pública. É um fracasso. É desumano. É uma tragédia para o povo pobre.Nós vamos fazer diferente disso. Vamos buscar integrar os serviços e o planejamento da saúde com outros municípios e com o estado. Não há como pensar a saúde de outra forma. Mas não vamos dar um real pra o setor privado. O fortalecimento do SUS é uma de nossas metas.
4 - Como será o gerenciamento dos postos de saúde e hospitais municipais?
Reynaldo Nunes (PV) - Por gestores competentes em Saúde. Priorizaremos os funcionários concursados e vamos diminuir comissionados e terceirizados, assim como a ingerência política na Saúde. E a competência técnica será o critério par a escolha dos gestores do sistema.
Valadares Filho (PSB) – Por técnicos da área comprometidos com um projeto maior de atender os pacientes com qualidade e eficiência. Nós daremos uma atenção especial à área através de uma discussão profunda, essa é a forma do Partido Socialista Brasileiro governar.
Vera Lúcia (PSTU) - Através da criação do Conselho Popular de Saúde. O conselho será um órgão constituído por representantes eleitos pelos profissionais da saúde, pelos usuários do serviço público e será acompanhado de perto pelos movimentos sociais. Ele terá a função de definir a dotação orçamentária do setor e também gerenciar toda a rede municipal. Não será um órgão meramente consultivo. Terá caráter deliberativo e fiscalizador. Essa é uma proposta inovadora, com o intuito de ampliar incrivelmente a democracia e o controle popular de um serviço que é fundamental.
5 - Como pretende avaliar a qualidade do serviço de saúde prestado à população? Pretende criar algum mecanismo ou instrumento de premiação para os servidores ou equipes que se destacarem no atendimento?
Reynaldo Nunes (PV) - Não sou a favor de premiações. O atendimento tem de ser excelente em todos os níveis. É direito do cidadão e dever do servidor público. A opinião da população é primordial, já que a sua satisfação será a nossa razão - são os usuários, beneficiários do serviço. Apesar de já existir meios de avaliações estatísticas por USB, desenvolveremos ações de relacionamento para ouvir seus frequentadores e familiares.
Valadares Filho (PSB) - Nós já anunciamos no horário eleitoral o exemplo que vem dando certo em Belo Horizonte, uma capital administrada pelo PSB, onde os profissionais recebem uma  espécie de gratificação por conta do número de atendimento. É claro que este programa é supervisionado diariamente com a preocupação prioritária na qualidade do atendimento e não na quantidade.

Vera Lúcia (PSTU) - O trabalhador não é ramster pra correr atrás de petisco pra seguir em ritmo frenético. O trabalhador da saúde quer atender bem a população. Mas a Prefeitura não deixa. Porque o deixa sobrecarregado e não oferece instrumentais básicos. O trabalhador quer salário digno e é isso que vamos fazer. Confiamos nos profissionais de saúde. Quem atrasou a saúde do povo de Aracaju foram os governos desastrosos do PT PC do B e também da velha direita representada pelo PSDB e DEM.
6 - Como fará para evitar que faltem remédios e insumos na rede municipal de saúde?
Reynaldo Nunes (PV) - Com planejamento. Respeito aos períodos de licitações para aquisição e reposição, sem a perda de prazos, sem compra por dispensa. Com o desempenho de gestores técnicos concursados e planejamento, profissionalismo com a verba pública, não faltarão remédios  nem material de consumo nas Unidades de Saúde.
Valadares Filho (PSB) – Nós vamos combater a falta de medicamentos com a implantação de um sistema informatizado único. Muitas vezes um medicamento falta num posto de saúde, mas tem unidades guardadas no almoxarifado. Essa logística tem que ter um sistema informatizado que não só controle a entrada e saída dos medicamentos e insumos, mas agilize a chegada deles nos postos de saúde. Temos a consciência de que é preciso que essa reposição precisa ser feita antes mesmo da falta total do medicamento. Quem vai em busca de um medicamento é porque não pode comprar e precisa muito, por isso temos que priorizar esse atendimento.
Vera Lúcia (PSTU) - Aumentando o orçamento para a saúde. Isso significa dizer que a população, através dos conselhos populares vai definir a dotação orçamentária para o setor. Nacionalmente, reivindicamos que, pelo menos 6% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil seja destinado à saúde. No governo da Frente de Esquerda, a Prefeitura de Aracaju será uma grande parceira dos trabalhadores para conquistar mais verba para a saúde, maiores repasses do Fundo de Participação dos Municípios. Os outros candidatos não podem fazer isso. Porque fazer isso é ser contra o pagamento da dívida externa que come mais de 49% do orçamento brasileiro. Esses partidos preferem olhar pelos banqueiros internacionais a olhar pelo povo aracajuano.
7 - Pretende criar uma ouvidoria ou uma corregedoria para apurar desvios funcionais?
Reynaldo Nunes (PV) - Pretendemos fortalecer a Ouvidoria da Secretaria Municipal de Saúde já existente e ampliar suas vias de acesso á população. Entretanto, não adianta "ouvir" queixas e não apurá-las. A Ouvidoria faz parte, integra, é mais um serviço de regulação do Sistema. Desvios funcionais serão rigorosamente punidos segundo o Estatuto do Servidor Público.
Valadares Filho (PSB) – A Secretaria Municipal de Saúde já tem uma ouvidoria. O importante é aprimorar a estrutura já existente e fazer com que a população tenha conhecimento de sua importância. Ouvir as reclamações e sugestões da população é um importante instrumento para melhorar o sistema.
Vera Lúcia (PSTU) - O Conselho Popular de Saúde terá a função de garantir o pleno funcionamento do sistema de saúde pública e a aplicação adequada de seus recursos. Mas, como já disse, ele será muito mais que um órgão corregedor.
8 - Como será a relação com os sindicatos dos servidores da saúde?
Reynaldo Nunes (PV) - Relação de respeito. Compartilhamos objetivos de dignidade em remuneração, estrutura de trabalho e jornada. Diálogo constante. Os sindicatos existem para garantir o essencial, portanto serão nossos parceiros.
Valadares Filho (PSB) -  Além de respeitosa, a mais aberta possível com uma mesa de negociação permanente, inclusive com nossa participação efetiva para que tenhamos cada vez mais a possibilidade de valorizar de forma efetiva os profissionais da área.

Vera Lúcia (PSTU) - A Frente de Esquerda pode dizer com toda a tranquilidade: nós vamos governar com os sindicatos. Os trabalhadores organizados serão protagonistas da mudança profunda que vamos fazer também nessa área. Nossa história nos gabarita. A história dos outros partidos os condena. O DEM de João e inimigo declarado dos sindicatos. O PT e o PCdoB aprenderam na cartilha do Negão como criminalizar uma greve. O trabalhador da saúde só tem uma alternativa nesta eleição, a Frente de Esquerda.
9 - Como será a participação da sociedade na gestão da saúde?
Reynaldo Nunes (PV)  - O Conselho Municipal de Saúde garantirá o acompanhamento da população de forma transparente. Todos os atos serão disponibilizados na internet e introduziremos canais de acesso da sociedade à gestão da saúde de Aracaju, com índices de satisfação para serem monitorados e cumpridos.
Valadares Filho (PSB) – Vamos fortalecer os conselhos colocando a sua atuação de forma mais independente, fazendo com que as suas decisões reflitam sempre o anseio da sociedade.
Vera Lúcia (PSTU) - O Conselho Popular de Saúde, como já destaquei, será a radicalização da democracia na gestão da saúde pública. Vamos implementar conselhos do tipo em diversas áreas, como saúde, educação, transporte, moradia. Conselho popular é o povo trabalhador decidindo diretamente sobre o destino de sua cidade.
10 - É contra ou a favor da unificação do SAMU estadual com o municipal?
Reynaldo Nunes  (PV) - Contra. Sou a favor da separação, pois a união não funcionou. Defendo a separação da gestão destes dois serviços porque a demanda tem sido maior do que a oferta de forma preocupante. Precisamos de autonomia para ampliar e melhor gerenciar o SAMU municipal.
Valadares Filho (PSB) -  Já anunciei no nosso programa eleitoral que uma das primeiras ações da nossa administração será retornar o Samu para a Prefeitura de Aracaju. A intenção de unificação é válida para os municípios de médio e pequeno porte, mas no caso de Aracaju a demanda é alta e a Prefeitura precisa gerenciar o Samu para que possa melhorar o atendimento ainda mais.
Vera Lúcia (PSTU) - Somos contra a existência de trabalhadores em regime de CLT e regime estatutário na mesma categoria. Não é à toa a preocupação dos companheiros trabalhadores do Samu. Queremos, e os trabalhadores também, maior eficiência na prestação do serviço. Mas não admitimos qualquer forma de prejuízo à carreira da categoria. Propomos uma discussão ampla com os trabalhadores do Samu e a população. Podemos, sim, unificar os Samus se necessário.
Frases do Dia
“Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o que somos”
“Não importa de onde vim, mais sim aonde quero chegar”
Eduardo Galeano, jornalista e escritor uruguaio, nasceu em 03 de Setembro de 1940.
* Fonte: Blog C. Nunes

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