SAÚDE EM ARACAJU: CANDIDATOS RESPONDEM 10 PERGUNTAS
O tema desta semana com os candidatos a prefeito de Aracaju é a
área da saúde. Os candidatos Almeida Lima (PPS) e João Alves (DEM) não
enviaram as respostas. Detalhe: as perguntas estão sendo enviadas com
sete dias de antecedência. Confira as respostas de Reynaldo Nunes (PV),
Valadares Filho (PSB) e Vera Lúcia (PSTU):
1 - Como pretende eliminar ou ao menos diminuir as filas de atendimentos nos hospitais e postos de saúde da capital?
Reynaldo Nunes (PV) - Aumentando o número de
profissionais de saúde através de concurso público e pelo sistema de
agendamento, via internet para consultas eletivas, separando vagas para
os atendimentos de urgência e emergências. Para diminuir filas na Rede
Hospitalar faz-se necessário o fortalecimento das Unidades de Saúde
Básica, que são responsáveis pelo "primeiro atendimento", nos casos de
baixa complexidade. Nossa ação inclui analisar a rede Hospitalar, com
aproveitamento melhor da já existente e seu crescimento fora do centro
da cidade, nos casos de média e alta complexidade. Vamos garantir
atendimento e equipamentos de qualidade nos bairros, acabar com as
superlotações e proteger a dignidade da população.
Valadares Filho (PSB) - Vamos realizar mais concursos
para profissionais na área da saúde. É uma área que tem problemas não
apenas em Aracaju, mas em todo país, não só na rede pública, mas na rede
privada também. Vamos desenvolver ações através de um diálogo constante
com todos os setores envolvidos. Além das ações estruturantes, vamos
conversar com as todas categorias para valorizar cada vez mais os
profissionais da área.
Vera Lúcia(PSTU) - Simples: contratando mais médicos,
enfermeiros, técnicos, assistentes sociais, aumentando os salários,
construindo novas unidades de saúde. Enfim, vamos ampliar a rede de
atendimento à população. Isso deve ser feito urgentemente porque não
podemos achar normal que pessoas morram sem atendimento. Tem candidato
dizendo por aí que pra solucionar o problema da fila, vai a transferir
pra internet. Fila física ou virtual continua sendo fila.
2 - Pretende ampliar a rede de atendimento de saúde? Como será a regulação e a distribuição do sistema?
Reynaldo Nunes (PV) - Sim. Com a construção de um
Hospital Municipal completo, em equipamento e recurso humano
qualificado, técnico e concursado, que atenda todas as especialidades,
principalmente a Traumatologia e a Pediatria, áreas tão carentes em
Aracaju e que levam à superlotação da rede hospitalar já existente,
principalmente o HUSE. Reestruturaremos as Unidades de Saúde Básicas já
existentes, construiremos novas clínicas para a Saúde da Família e
Centros de Especialidades. A regulação será feita de acordo com as
normas já previstas em lei pelo Ministério da Saúde. Serão
identificadas as necessidades de cada componente do sistema para a
distribuição equitativa.
Valadares Filho (PSB) – Vamos construir e implantar um
laboratório próprio da Prefeitura para trabalhar com as terceirizadas e
com isso agilizar o tempo de entrega dos exames. Vamos implantar o
projeto Saúde Digital para fortalecer o sistema e ampliar a cobertura
do Sistema Único para 100%. Uma equipe está estudando todas as unidades
existentes e a necessidade de ampliação onde a demanda é grande, a
exemplo do conjunto Augusto Franco e outro bairros.
Vera Lúcia (PSTU) - A ampliação da rede é o centro do
nosso programa. Isso significa aumentar a sua complexidade no sentido de
melhorar a sua capilaridade e também fortalecer o atendimento a grupos
que precisam de atenção especial. Estou falando das mulheres, da
população negra, dos homossexuais, dos idosos e das crianças.
Trabalharemos de forma a ajudar no fortalecimento do SUS. Queremos
também o profissional da saúde integrado à comunidade. Não é admissível
que o morador do Santos Dummont tenha que atravessar a cidade para levar
seu filho doente para o Augusto Franco. Saúde de boa qualidade e perto
de casa. Esse é um direito do trabalhador Aracajuano.
3 - Pretende criar ou participar de consórcios públicos de saúde?
Reynaldo Nunes (PV) - Certamente. Quanto mais
parcerias, melhor. Vamos fortalecer os consórcios já existentes com o
Estado, intermunicipais e com a iniciativa privada. Temos a obrigação,
enquanto gestores públicos, de utilizarmos todos os meios legais para
oferecer um sistema de saúde digno à população aracajuana.
Valadares Filho (PSB) - É uma alternativa que iremos
estudar. Se detectarmos que poderá ajudar a fortalecer os sistema de
saúde em Aracaju poderemos participar efetivamente.
Vera Lúcia (PSTU) - Não. A Lei Federal 11.107/2005 é
clara: o consórcio público constitui uma entidade de direito privado. O
nosso programa vai no sentido oposto. Vamos desprivatizar a saúde
pública. O município hoje já gasta grande parte de seus recursos na rede
privada através dos convênios. Nenhum centavo público deve ir para a
rede privada. Na rede pública estadual, temos as fundações como bom
exemplo da natureza de entidade de direito privado na saúde pública. É
um fracasso. É desumano. É uma tragédia para o povo pobre.Nós vamos
fazer diferente disso. Vamos buscar integrar os serviços e o
planejamento da saúde com outros municípios e com o estado. Não há como
pensar a saúde de outra forma. Mas não vamos dar um real pra o setor
privado. O fortalecimento do SUS é uma de nossas metas.
4 - Como será o gerenciamento dos postos de saúde e hospitais municipais?
Reynaldo Nunes (PV) - Por gestores competentes em
Saúde. Priorizaremos os funcionários concursados e vamos diminuir
comissionados e terceirizados, assim como a ingerência política na
Saúde. E a competência técnica será o critério par a escolha dos
gestores do sistema.
Valadares Filho (PSB) – Por técnicos da área
comprometidos com um projeto maior de atender os pacientes com qualidade
e eficiência. Nós daremos uma atenção especial à área através de uma
discussão profunda, essa é a forma do Partido Socialista Brasileiro
governar.
Vera Lúcia (PSTU) - Através da criação do Conselho
Popular de Saúde. O conselho será um órgão constituído por
representantes eleitos pelos profissionais da saúde, pelos usuários do
serviço público e será acompanhado de perto pelos movimentos sociais.
Ele terá a função de definir a dotação orçamentária do setor e também
gerenciar toda a rede municipal. Não será um órgão meramente consultivo.
Terá caráter deliberativo e fiscalizador. Essa é uma proposta
inovadora, com o intuito de ampliar incrivelmente a democracia e o
controle popular de um serviço que é fundamental.
5 - Como pretende avaliar a qualidade do serviço de saúde
prestado à população? Pretende criar algum mecanismo ou instrumento de
premiação para os servidores ou equipes que se destacarem no
atendimento?
Reynaldo Nunes (PV) - Não sou a favor de premiações. O
atendimento tem de ser excelente em todos os níveis. É direito do
cidadão e dever do servidor público. A opinião da população é
primordial, já que a sua satisfação será a nossa razão - são os
usuários, beneficiários do serviço. Apesar de já existir meios de
avaliações estatísticas por USB, desenvolveremos ações de relacionamento
para ouvir seus frequentadores e familiares.
Valadares Filho (PSB) - Nós já anunciamos no horário
eleitoral o exemplo que vem dando certo em Belo Horizonte, uma capital
administrada pelo PSB, onde os profissionais recebem uma espécie de
gratificação por conta do número de atendimento. É claro que este
programa é supervisionado diariamente com a preocupação prioritária na
qualidade do atendimento e não na quantidade.
Vera Lúcia (PSTU) - O trabalhador não é ramster pra correr atrás de petisco pra seguir em ritmo frenético. O trabalhador da saúde quer atender bem a população. Mas a Prefeitura não deixa. Porque o deixa sobrecarregado e não oferece instrumentais básicos. O trabalhador quer salário digno e é isso que vamos fazer. Confiamos nos profissionais de saúde. Quem atrasou a saúde do povo de Aracaju foram os governos desastrosos do PT PC do B e também da velha direita representada pelo PSDB e DEM.
Vera Lúcia (PSTU) - O trabalhador não é ramster pra correr atrás de petisco pra seguir em ritmo frenético. O trabalhador da saúde quer atender bem a população. Mas a Prefeitura não deixa. Porque o deixa sobrecarregado e não oferece instrumentais básicos. O trabalhador quer salário digno e é isso que vamos fazer. Confiamos nos profissionais de saúde. Quem atrasou a saúde do povo de Aracaju foram os governos desastrosos do PT PC do B e também da velha direita representada pelo PSDB e DEM.
6 - Como fará para evitar que faltem remédios e insumos na rede municipal de saúde?
Reynaldo Nunes (PV) - Com planejamento. Respeito aos
períodos de licitações para aquisição e reposição, sem a perda de
prazos, sem compra por dispensa. Com o desempenho de gestores técnicos
concursados e planejamento, profissionalismo com a verba pública, não
faltarão remédios nem material de consumo nas Unidades de Saúde.
Valadares Filho (PSB) – Nós vamos combater a falta de
medicamentos com a implantação de um sistema informatizado único. Muitas
vezes um medicamento falta num posto de saúde, mas tem unidades
guardadas no almoxarifado. Essa logística tem que ter um sistema
informatizado que não só controle a entrada e saída dos medicamentos e
insumos, mas agilize a chegada deles nos postos de saúde. Temos a
consciência de que é preciso que essa reposição precisa ser feita antes
mesmo da falta total do medicamento. Quem vai em busca de um medicamento
é porque não pode comprar e precisa muito, por isso temos que priorizar
esse atendimento.
Vera Lúcia (PSTU) - Aumentando o orçamento para a
saúde. Isso significa dizer que a população, através dos conselhos
populares vai definir a dotação orçamentária para o setor.
Nacionalmente, reivindicamos que, pelo menos 6% do Produto Interno Bruto
(PIB) do Brasil seja destinado à saúde. No governo da Frente de
Esquerda, a Prefeitura de Aracaju será uma grande parceira dos
trabalhadores para conquistar mais verba para a saúde, maiores repasses
do Fundo de Participação dos Municípios. Os outros candidatos não podem
fazer isso. Porque fazer isso é ser contra o pagamento da dívida externa
que come mais de 49% do orçamento brasileiro. Esses partidos preferem
olhar pelos banqueiros internacionais a olhar pelo povo aracajuano.
7 - Pretende criar uma ouvidoria ou uma corregedoria para apurar desvios funcionais?
Reynaldo Nunes (PV) - Pretendemos fortalecer a
Ouvidoria da Secretaria Municipal de Saúde já existente e ampliar suas
vias de acesso á população. Entretanto, não adianta "ouvir" queixas e
não apurá-las. A Ouvidoria faz parte, integra, é mais um serviço de
regulação do Sistema. Desvios funcionais serão rigorosamente punidos
segundo o Estatuto do Servidor Público.
Valadares Filho (PSB) – A Secretaria Municipal de
Saúde já tem uma ouvidoria. O importante é aprimorar a estrutura já
existente e fazer com que a população tenha conhecimento de sua
importância. Ouvir as reclamações e sugestões da população é um
importante instrumento para melhorar o sistema.
Vera Lúcia (PSTU) - O Conselho Popular de Saúde terá a
função de garantir o pleno funcionamento do sistema de saúde pública e a
aplicação adequada de seus recursos. Mas, como já disse, ele será muito
mais que um órgão corregedor.
8 - Como será a relação com os sindicatos dos servidores da saúde?
Reynaldo Nunes (PV) - Relação de respeito.
Compartilhamos objetivos de dignidade em remuneração, estrutura de
trabalho e jornada. Diálogo constante. Os sindicatos existem para
garantir o essencial, portanto serão nossos parceiros.
Valadares Filho (PSB) - Além de respeitosa, a mais
aberta possível com uma mesa de negociação permanente, inclusive com
nossa participação efetiva para que tenhamos cada vez mais a
possibilidade de valorizar de forma efetiva os profissionais da área.
Vera Lúcia (PSTU) - A Frente de Esquerda pode dizer com toda a tranquilidade: nós vamos governar com os sindicatos. Os trabalhadores organizados serão protagonistas da mudança profunda que vamos fazer também nessa área. Nossa história nos gabarita. A história dos outros partidos os condena. O DEM de João e inimigo declarado dos sindicatos. O PT e o PCdoB aprenderam na cartilha do Negão como criminalizar uma greve. O trabalhador da saúde só tem uma alternativa nesta eleição, a Frente de Esquerda.
Vera Lúcia (PSTU) - A Frente de Esquerda pode dizer com toda a tranquilidade: nós vamos governar com os sindicatos. Os trabalhadores organizados serão protagonistas da mudança profunda que vamos fazer também nessa área. Nossa história nos gabarita. A história dos outros partidos os condena. O DEM de João e inimigo declarado dos sindicatos. O PT e o PCdoB aprenderam na cartilha do Negão como criminalizar uma greve. O trabalhador da saúde só tem uma alternativa nesta eleição, a Frente de Esquerda.
9 - Como será a participação da sociedade na gestão da saúde?
Reynaldo Nunes (PV) - O Conselho Municipal de Saúde
garantirá o acompanhamento da população de forma transparente. Todos os
atos serão disponibilizados na internet e introduziremos canais de
acesso da sociedade à gestão da saúde de Aracaju, com índices de
satisfação para serem monitorados e cumpridos.
Valadares Filho (PSB) – Vamos fortalecer os conselhos
colocando a sua atuação de forma mais independente, fazendo com que as
suas decisões reflitam sempre o anseio da sociedade.
Vera Lúcia (PSTU) - O Conselho Popular de Saúde, como
já destaquei, será a radicalização da democracia na gestão da saúde
pública. Vamos implementar conselhos do tipo em diversas áreas, como
saúde, educação, transporte, moradia. Conselho popular é o povo
trabalhador decidindo diretamente sobre o destino de sua cidade.
10 - É contra ou a favor da unificação do SAMU estadual com o municipal?
Reynaldo Nunes (PV) - Contra. Sou a favor da
separação, pois a união não funcionou. Defendo a separação da gestão
destes dois serviços porque a demanda tem sido maior do que a oferta de
forma preocupante. Precisamos de autonomia para ampliar e melhor
gerenciar o SAMU municipal.
Valadares Filho (PSB) - Já anunciei no nosso programa
eleitoral que uma das primeiras ações da nossa administração será
retornar o Samu para a Prefeitura de Aracaju. A intenção de unificação é
válida para os municípios de médio e pequeno porte, mas no caso de
Aracaju a demanda é alta e a Prefeitura precisa gerenciar o Samu para
que possa melhorar o atendimento ainda mais.
Vera Lúcia (PSTU) - Somos contra a existência de
trabalhadores em regime de CLT e regime estatutário na mesma categoria.
Não é à toa a preocupação dos companheiros trabalhadores do Samu.
Queremos, e os trabalhadores também, maior eficiência na prestação do
serviço. Mas não admitimos qualquer forma de prejuízo à carreira da
categoria. Propomos uma discussão ampla com os trabalhadores do Samu e a
população. Podemos, sim, unificar os Samus se necessário.
Frases do Dia
“Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o que somos”
“Não importa de onde vim, mais sim aonde quero chegar”
Eduardo Galeano, jornalista e escritor uruguaio, nasceu em 03 de Setembro de 1940.
* Fonte: Blog C. Nunes
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